No último dia 15 de outubro, a pedido da Rede 600k, do Grupo de Comando com VZLA, da Secretaria para o Fortalecimento da Democracia da OEA e de seu Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral (DECO), tomamos conhecimento em primeira mão do relatório técnico elaborado pelo oposição sobre os resultados das eleições de 28 de julho.
Este exercício técnico é de grande relevância, porque nos permitiu analisar dados relevantes das atas que demonstram a monumental fraude eleitoral arquitetada pelo regime de Maduro para ignorar a vontade popular expressa nas urnas.
Participaram deste evento diversas instituições e organizações que defendem a legalidade na Venezuela, a convite da Rede 600K, bem como representantes de vários Estados membros da OEA convocados pela própria Rede 600K.
No meio de um ambiente generalizado de repressão e de ameaças sistemáticas à oposição, merece destaque a capacidade de organização e mobilização deste grupo, uma vez que a recolha desta informação acarreta um risco considerável para a sua segurança e integridade pessoal.
Este evento técnico é uma demonstração prática da força dos princípios e valores da Carta Democrática Interamericana, que são partilhados pelos Estados membros.
O relatório recebido é esmagador. Este grupo, constituído por técnicos eleitorais, partidos políticos, organizações não-governamentais e academia, descreveu o funcionamento da rede que permitiu obter, transmitir e divulgar os editais emitidos pelas urnas próprias da CNE.
As informações publicadas na internet são baseadas em documentos originais. A prova é irrefutável, a acta apresentada, impressa em papel de segurança da CNE, inclui um código QR autónomo que, quando lido por qualquer dispositivo móvel, apresenta a cadeia de valores que corresponde aos votos impressos no próprio registo, o a prova é incontestável.
Os resultados divulgados confirmam que Edmundo González venceu com 67,08% dos votos. Estes resultados foram confirmados com quatro contagens rápidas com amostras diferentes que produzem os mesmos resultados. Embora a totalização da oposição corresponda a 83,5% das atas examinadas, a vitória de Edmundo González é irreversível.
Além disso, os números do Boletim nº 1 da CNE de Maduro foram ridiculamente falsificados: a possibilidade de a distribuição dos votos corresponder exactamente às percentagens que ele anunciou (fechadas em quatro casas decimais) teria uma probabilidade de 1 em 10 milhões. São figuras toscamente fabricadas.
Nesse mesmo evento, Gerardo de Icaza, diretor da DECO, apresentou o relatório, que havia sido previamente apresentado pelo Secretário-Geral da OEA ao Conselho Permanente da Organização.
EQUILÍBRIO
A defesa da democracia na Venezuela é uma questão inalienável. Como destacou o Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, a democracia exige esforço, dedicação e trabalho constante. Apesar dos desafios, ninguém deve desistir da luta pela recuperação da democracia na Venezuela.
A acção da comunidade internacional é essencial para obter justiça e reparação para as suas vítimas; a única maneira possível é continuar a defender a liberdade e a democracia na Venezuela.
Com os dados disponíveis, é impossível sustentar que Nicolás Maduro triunfou nas últimas eleições presidenciais. As resoluções das instituições da ditadura são falsas e carecem de qualquer respaldo técnico. Isto é demonstrado pelas atas compiladas pela oposição na Venezuela.
Os pontos de vista são pessoais.
Eles não representam a posição da OEA